Homenagem à Clarice, por Cristina Torrini

quinta-feira, dezembro 17, 2020

Simplesmente Clarice,

A olhar o mundo, buscando belas palavras, tentando desvendá-lo,

Trazendo seu olhar ao nosso,

Mais uma vez VIVA, e está VIVA Clarice.

Por Cristina Torrini.

Chaya Pinkhasovna Lispector

terça-feira, junho 16, 2020

Chaya Pinkhasovna Lispector foi o nome que recebeu ao nascer, em 10 de dezembro de 1920, na localidade ucraniana de Chetchelnik. De origem judaica, foi a terceira filha de Pinkhas e Mania. Seu nascimento motivou uma pausa no caminho de fuga da família numa época de fome, caos e perseguição racial. Seu avô foi assassinado, sua mãe foi estuprada, e seu pai foi exilado, sem dinheiro, para o outro lado do mundo.

No ano seguinte ao nascimento de Clarice, toda a família fugiu dos pogroms antissemitas, primeiro para a Moldávia e Romênia, e mais tarde, em 1922, para Maceió, onde alguns parentes já estavam. Ao chegar ao Brasil, todos adotaram nomes portugueses: Pinkhas se tornou Pedro, Mania virou Marieta, e Chaya recebeu seu novo nome de Clarice.

A mãe dela, que tinha sido estuprada durante a Primeira Guerra Mundial e contraíra sífilis, morreu 10 anos depois. Havia no Leste Europeu a crença popular de que uma gravidez poderia curar uma mulher afetada por essa doença venérea, mas não foi o caso. Clarice nasceu desse afã de salvá-la, e desde muito pequena soube da sua origem, daí o sentimento de culpa ter marcado também sua vida e sua criatividade como escritora.



No Brasil, seu pai, um homem inteligente e liberal, sobrevivia vendendo roupas e mal conseguia sustentar a família. Mas ele estava decidido a mostrar ao mundo quem eram suas filhas. Quando Clarice tinha cinco anos, a família se mudou para o Recife, e aos 10 foi para o Rio. Graças a esse empenho do chefe da família, Clarice continuou sua educação até muito além do que era habitual mesmo para as meninas economicamente mais favorecidas, entrando num dos redutos da elite, a Faculdade de Direito da Universidade do Brasil. Ali, na escola de leis, não havia judeus, e só três mulheres.

Mas seus estudos de Direito deixaram poucas marcas na futura escritora, porque seu sonho ela perseguia nas redações dos jornais da então capital brasileira, onde sua beleza e seu brilhantismo já deslumbravam, com seus traços asiáticos, as maçãs do rosto salientes e os olhos um pouco rasgados. Era, além disso, uma jovem culta, que conhecia e lia com assiduidade os autores nacionais e estrangeiros de maior relevância, como Machado de Assis, Rachel de Queiroz, Eça de Queiroz, Jorge Amado e Fiodor Dostoievski.

Fonte: El Pais.

Clarice Lispector é homenageada por doodle do Google

segunda-feira, dezembro 10, 2018

Escritora completaria 98 anos nesta segunda-feira (10). Ilustração foi feita pela designer Mariana Valente, neta de Clarice.

Clarice Lispector é a homenageada do dia pelo doodle do Google. A escritora completaria 98 anos nesta segunda-feira (10). Para marcar a data, Clarice ganhou uma ilustração especial acima da caixa de buscas da ferramenta. Na imagem, o rosto de Clarice aparece entre livros e imagens que remetem tanto o Brasil, para onde migrou com a família aos dois anos de idade, quanto a Ucrânia, onde nasceu em 1920.

A ilustração foi feita pela designer Mariana Valente, neta de Clarice. Segundo ela, o processo de criação foi manual e começou com uma busca pelo acervo fotográfico da família.

“Digitalizei algumas imagens e texturas e tive a ideia de mostrar ela saindo com a família lá da Ucrânia e chegando ao Brasil, começando a trabalhar como jornalista, e depois se direcionando para o próprio trabalho de escrita”, contou.

“Eu fico muito emocionada quando faço algum trabalho em sua homenagem. Ela é uma grande inspiração para mim no trabalho com colagem, porque eu sinto que ela tem essa habilidade de ressignificar a palavra na própria palavra, assim como tento fazer com as imagens”, conta Mariana, que não chegou a conhecer a avó escritora.

“Perto do Coração Selvagem”, livro de estreia de Clarice, “Laços de Família”, “A Paixão segundo G.H.” e “A Hora da Estrela” estão entre as principais obras da autora. Clarice morreu em 1977, aos 57 anos, em decorrência de um câncer de ovário.

Fonte: G1

Obras de Clarice Lispector aproximam crianças do universo da leitura

domingo, setembro 16, 2018

A partir desse caminho para o pensar, o projeto Clarice busca aproximar as crianças de um colégio de Orlândia, no interior de São Paulo, ao universo da leitura por meio das obras da escritora e jornalista considerada por críticos literários uma das mais importantes do século 20. “A utilização dos textos de Clarice promove uma aproximação com as emoções e as paixões”, diz Fabio Scorsolini-Comin, professor da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP), um dos organizadores do projeto, ao lado do professor Adriano Alves da Silva, do Colégio Logos.

Baseados em temas como o ciclo da vida, da natureza, das espécies e das relações interpessoais, sempre presentes nas obras da escritora, os organizadores buscam promover a reflexão das emoções do ponto de vista psicológico e filosófico para que isso possa repercutir na vida dos alunos.

“As obras da autora são mais conhecidas pelo público adulto. Entretanto, seus  livros infantis abordam uma certa ‘humanidade’ nos animais, o que leva a uma aproximação com uma vida mais instintiva e básica, ligada às paixões e às emoções que circundam o universo infantil”, conta Scorsolini-Comin.

Do conto à escrita
O projeto Clarice foi criado este ano e está sendo desenvolvido ao longo do segundo semestre com crianças de 9 e 10 anos matriculadas no quinto ano do ensino fundamental. São três fases, a primeira é de contação de histórias, com uma obra a cada semana. Nessa fase as obras utilizadas são: O mistério do coelho pensante, A mulher que matou os peixes, A vida íntima de Laura, Quase verdade e Como nasceram as estrelas. Alguns contos como Felicidade clandestina e Cem anos de perdão também estão sendo trabalhados.

Na segunda fase, haverá discussão a respeito das obras da primeira fase. “Nesse momento, a ideia é relacionar alguns elementos encontrados na narrativa com a vida dos alunos”, explica o professor. Na terceira e última fase, ocorre a oficina de produção de textos. A cada semana, as crianças são convidadas a produzir um texto diferente a partir da obra trabalhada, como contos, cartas e bilhetes. Ao final, os coordenadores querem publicar um livro com os textos criados pelos alunos e produzir artigos científicos.

Além de Scorsolini-Comin, o projeto também é coordenado pelo professor de História e Filosofia Adriano Alves da Silva, do Colégio Logos.

Fonte e reportagem completa: Joice Soares.

Blog com nova roupagem

domingo, julho 30, 2017

Encerramos nosso trabalho na nova roupagem do Blog. A navegação se encontra novamente ativa!


"Faze com que eu sinta que a morte não existe porque na verdade já estamos na eternidade, faze com que eu sinta que amar é não morrer, que a entrega de si mesmo não significa a morte, faze com que eu sinta uma alegria modesta e diária, faze com que eu não Te indague demais, porque a resposta seria tão misteriosa quanto a pergunta, faze com que me lembre de que também não há explicação porque um filho quer o beijo de sua mãe e no entanto ele quer e no entanto o beijo é perfeito, faze com que eu receba o mundo sem receio, pois para esse mundo incompreensível eu fui criada e eu mesma também incompreensível, então é que há uma conexão entre esse mistério do mundo e o nosso, mas essa conexão não é clara para nós enquanto quisermos entendê-la, abençoa-me para que eu viva com alegria o pão que eu como, o sono que durmo, faze com que eu tenha caridade por mim mesma pois senão não poderei sentir que Deus me amou, faze com que eu perca o pudor de desejar que na hora de minha morte haja uma mão humana amada para apertar a minha, amém".

Clarice Lispector, em Luminescência, texto da obra "Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres" (1969).