Um dia o amigo do pai veio de longe e abraçou-se com ele. Na hora do jantar, Joana viu estupefata e contrita uma galinha nua e amarela sobre a mesa. O pai e o homem bebiam vinho e o homem dizia de quando em quando: — Nem posso acreditar que tu tenhas arranjado uma filha... O pai voltava-se rindo para Joana e dizia: — Comprei na esquina... O pai estava alegre e também ficava sério, amassando bolinhas de miolo de pão. Às vezes bebi a um grande gole de vinho. O homem virava-se para Joana e dizia: — Sabes que o porquinho faz ron-ron-ron? O pai respondia: — Tu tens jeito para isso, Alfredo... O nome do homem era Alfredo. — Nem vês, continuava o pai, que a guria não está mais em idade de brincar com o que o porco faz... Todos riam e Joana também. O pai dava-lhe mais uma asa de galinha e ela ia comendo sem pão. — Qual a sensação de ter uma guria?, o homem mastigava. O pai enxugava a boca com o guardanapo, inclinava a cabeça para um lado e dizia sorrindo: — Às vezes a de ter um ovo quente na m...
Não me entendo e ajo como se me entendesse.