Segunda parte: Nascimento do herói Dois At é que nessa tarde na encosta Martim começou a se justificar. Chegara o duro tempo de explicação. Ali, antes de prosseguir, ele devia ser inocente ou culpado. Ali ele tinha que saber se sua m ãe, que jamais o entenderia se fosse viva, o amaria sem entendê-lo. Ali ele devia saber se o fantasma de seu pai lhe daria a mão sem espanto. Ali ele se julgaria — e dessa vez com a linguagem dos outros. Agora teria de chamar de crime o que fizera. O homem estremeceu com medo de tocar errado em si, ele que ainda estava todo ferido. Mas porque profundamente sabia que at é a farsa usaria contanto que conseguisse sair inteiro de seu próprio julgamento — de tal modo, se não se absolvesse, ficaria perplexo com um crime nas m ãos — porque sabia que não se permitiria sair senão inteiro do perigoso confronto é que teve coragem de se encarar e, se necessário, de se horrorizar. E mais: como s ó se permitiria vencer, pois no ponto em que estava...
Não me entendo e ajo como se me entendesse.