Maria das Dores se assustou. Mas se assustou de fato. Começou pela menstruação que não veio. Isso a surpreendeu porque ela era muito regular. Passaram-se mais de dois meses e nada. Foi a uma ginecologista. Esta diagnosticou uma evidente gravidez. — Não pode ser! gritou Maria das Dores. — Por quê? a senhora não é casada? — Sou, mas sou virgem, meu marido nunca me tocou. Primeiro porque ele é homem paciente, segundo porque já é meio impotente. A ginecologista tentou argumentar: — Quem sabe se a senhora em alguma noite… — Nunca! mas nunca mesmo! — Então, concluiu a ginecologista, não sei como explicar. A senhora já está no fim do terceiro mês. Maria das Dores saiu do consultório toda tonta. Teve que parar num restaurante e tomar um café. Para conseguir entender. O que é que estava lhe acontecendo? Grande angústia tomou-a. Mas saiu do restaurante mais calma. Na rua, de volta para casa, comprou um casaquinho para o bebê. Azul, pois tinha certeza que seria menino. Que nome lhe daria? Só podi...
Não me entendo e ajo como se me entendesse.