Feliz ano novo!

sexta-feira, dezembro 31, 2010

Feliz ano novo Clariceanos!

"Tente entender o que pinto e o que escrevo agora. Vou explicar: na pintura como na escritura procuro ver estritamente no momento em que vejo -e não ver através da memória de ter visto em um instante passado. O instante é este. O instante é de uma iminência que me tira o fôlego. O instante é em si mesmo iminente. Ao mesmo tempo que eu o vivo, lanço-me na sua passagem para outro instante".

Clarice Lispector
, Água Viva.

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Concurso Cultural “Clarice Lispector: de escrita e vida”

segunda-feira, dezembro 27, 2010

O Blog Clarice Lispector está realizando uma promoção na qual o vencedor será contemplado com o livro “De Escrita e Vida – Crônicas para jovens”, organizado por Pedro Karp Vasquez. Neste livro, o editor seleciona trechos da obra de Clarice Lispector sobre o ato de escrever.
Para concorrer ao livro “De Escrita e Vida – Crônicas para jovens”:

O participante deverá elaborar um texto tratando da influência de Clarice Lispector em sua vida.

1 - Considerações importantes

* O texto não poderá ser escrito com utilização da linguagem comumente usada na internet;
* O texto deverá conter no mínimo quinze linhas;
* O texto deverá ser escrito em prosa;
* A atribuição de um título ao seu texto é opcional.

2 - Dos critérios de escolha

* O Blog analisará se o escrito atende ao que foi pedido (um texto tratando da influência de Clarice Lispector em sua vida).

* Clarice Lispector escrevia para se libertar, dessa forma, o concorrente é livre para transpor em palavras sua imaginação. Portanto, o Blog não levará em consideração a teoria literária. O escritor tem liberdade para se expressar, mas deve obedecer as regras da língua portuguesa.

3 - Dos vencedores

* O primeiro colocado no concurso será contemplado com um exemplar do livro “De Escrita e Vida – Crônicas para jovens” e terá seu texto postado no Blog Clarice Lispector;
* O segundo e o terceiro colocados terão seus textos postados no Blog Clarice Lispector.

4 - Da inscrição e divulgação do resultado

* O texto deverá ser enviado para o e-mail blogclispector@gmail.com.
* O participante receberá uma confirmação por e-mail de que o texto foi recebido e está concorrendo.
* Envie seu texto em arquivo .doc do Microsoft Office Word;
* Utilize a fonte Times New Roman, tamanho 12;
* Se houver título, coloque-o centralizado e em negrito;
* O nome do autor do texto é obrigatório e deverá vir logo abaixo do título (se houver).

* Os textos serão aceitos até o dia 27 de janeiro de 2011.
* Os vencedores serão comunicados via e-mail.
* O resultado será divulgado no dia 29 de janeiro de 2011 no Blog Clarice Lispector..

De amor e amizade

sábado, dezembro 25, 2010

Amor e amizade inspiraram Clarice Lispector dezenas de vezes. Prova disso são as quatro dezenas de textos selecionadas pelo editor Pedro Karp Vasquez para a coletânea De amor e amizade – crônicas para jovens, primeiro de uma coleção que reunirá crônicas, escolhidas por temas, de Clarice Lispector.
Sem prender-se a significados prosaicos, a escritora criou durante anos histórias que remetem a amizades daquelas sem tamanho, a amores para o resto da vida, a relacionamentos baseados na superficialidade e até mesmo ao episódio daquele amor destruído por causa de um bule de bico rachado. Passadas mais de três décadas da morte de Clarice Lispector, os textos confirmam que esses sentimentos permeiam relações e gerações.
Os textos escolhidos apresentam-se impregnados pela forma incomum com que a escritora transporta para o papel seu jeito de ver o mundo e de lidar com o amor e a amizade. Linha após linha, Clarice conduz seus leitores pela “mistura de observações das miudezas do cotidiano com vastos voos do espírito”, como define o editor no prefácio. Leitores de Clarice Lispector não tem idade, mas desta vez a seleção foi pensada para provocar uma experiência inspiradora em jovens leitores, aqueles que “estão começando a descobrir os mistérios e os prazeres do amor e da amizade”.
Histórias fictícias intercalam-se com relatos pessoais, nos quais Clarice parece prestar uma homenagem a amigos queridos. Aparecem nesses momentos, companheiros de episódios de alguma fase da vida da autora, como é o caso do matemático Leopoldo Nachbin. Clarice e Leopoldo encontraram-se no primeiro dia de aula do Grupo Escolar João Barbalho, em Recife. Durante alguns anos, os dois foram os mais impossíveis da turma, com boas notas em todas as disciplinas, exceto em comportamento.
Clarice escreve ainda sobre outro tipo de amor/amizade, aquele com toques genuínos de admiração, algo próximo ao sentimento que levou a leitora anônima a fazer um suéter especialmente para a escritora. A resposta, em tom de agradecimento, foi escrita com a delicadeza que Clarice costumava dedicar aos leitores – a quem chegava a responder cartas e a escrever crônicas baseadas em suas sugestões e seus questionamentos: “E eis-me dona de repente do suéter mais bonito que os homens da terra já criaram.”
De amor e de amizade – crônicas para jovens não se restringe, porém, somente àqueles que encontram-se com Clarice pela primeira vez, mas serve também como um “sopro de renovação e reflexão para os leitores mais maduros”, aqueles que há muito já descobriram que a vida não foi feita para ser vivida automaticamente e que tanto a amizade quanto o amor devem ser experimentados até a última gota – “sem nenhum medo”, como ressalta em determinado momento a escritora.

Mais informações: Editora Rocco.

De Escrita e Vida

sábado, dezembro 25, 2010

Avessa a teorias e análises técnicas da literatura, Clarice Lispector nunca deixou de refletir sobre a escrita e o ato de escrever em seus romances, contos e crônicas. “Em Clarice vida e escrita se fundem e se confundem de tal forma que é difícil dizer onde começa uma e onde termina a outra”, afirma Pedro Vasquez, organizador da coletânea De escrita e vida – Crônicas para jovens, que chega às livrarias pelo selo Rocco Jovens Leitores.

Segundo título da coleção que reúne crônicas de Clarice Lispector escolhidas por temas e selecionadas especialmente para os jovens que travam os primeiros contatos com a obra da autora, De escrita e vida traz as crônicas da escritora sobre o ofício de escrever. Depois de falar De amor e amizade no primeiro livro da coleção Crônicas para Jovens, os textos deste De escrita e vida revelam as alegrias, dores, angústias e, acima de tudo, a estreita ligação entre o simples ato de respirar e a necessidade de escrever da autora de A hora da estrela e A paixão segundo G. H. , entre outros clássicos da literatura brasileira
Um dos temas centrais, portanto, da obra de Clarice e mesmo de sua existência, o ato de escrever e a escrita como forma de investigação dos mistérios da condição humana são o fio condutor que permeia as crônicas reunidas no livro, formando um revelador autorretrato da escritora, uma das mais importantes da língua portuguesa.
Pensado especialmente para os jovens, De escrita e vida, assim como De amor e de amizade, não se restringe, porém, somente àqueles que se encontram com Clarice pela primeira vez, mas serve também como um “sopro de renovação e reflexão para os leitores mais maduros”, como sugere o organizador da coletânea na introdução do primeiro livro. Afinal, sua obra permanece vibrante a cada leitura, sendo capaz de arrebatar igualmente iniciantes e iniciados com a mesma intensidade, entrega e deslumbramento.

Mais informações: Editora Rocco.

Clarice respira!

quinta-feira, dezembro 09, 2010

Clarice respira em cada um de nós, à medida que nos faz sentir.

Dia 09/12, 33 anos da morte de Clarice Lispector.

Água Viva

Fixo instantes súbitos que trazem em si a própria morte e outros nascem - fixo os instantes de metamorfose e é de terrível beleza a sua seqüência e concomitância.

Agora está amanhecendo e a aurora é de neblina branca nas areias da praia. Tudo é meu, então. Mal toco em alimentos, não quero me despertar para além do despertar do dia. Vou crescendo
com o dia que ao crescer me mata certa vaga esperança e me obriga a olhar cara a cara o duro sol. A ventania sopra e desarruma os meus papéis. Ouço esse vento de gritos, estertor de pássaro aberto em oblíquo vôo. E eu aqui me obrigo à severidade de uma linguagem tensa, obrigo-me à nudez de um esqueleto branco que está livre de humores. Mas o esqueleto é livre de vida e enquanto vivo me estremeço toda. Não conseguirei a nudez final. E ainda não a quero, ao que parece.
Esta é a vida vista pela vida. Posso não ter sentido mas é a mesma falta de sentido que tem a veia que pulsa.