O Cidadão (trecho)
domingo, junho 15, 2008"Os seres marinhos, quando não tocam o fundo do mar, sè adaptam a uma vida flutuante ou pelágica", estudou Perseu na tarde de 15 de maio de 192...
Heróico e vazio o cidadão continuou de pé junto da janela aberta. Mas na verdade jamais poderia transmitir a alguém o modo pelo qual ele era harmonioso, e mesmo que falasse não diria uma palavra que cedesse a polidez de sua aparência: sua extrema harmonia era apenas evidente.
"Os animais pelágicos se reproduzem com profusão", disse com oca luminosidade. Cego e glorioso — era isso apenas o que se podia saber dele vendo-o à janela de um segundo andar. Mas se ninguém conseguiria sondar sua harmonia — também ele parecia não sentir mais do que ela. Porque este era o seu grau de luz. "Os animais e vegetais marinhos com profusão", disse sem ímpeto mas sem freio porque este era o seu grau de luz. Não importa que na luz ele fosse tão cego como os outros na escuridão. A diferença é que ele estava na luz. "Flutuantes", falou. Despercebido à janela porque ele era apenas um dos modos de ser S. Geraldo. E também um de seus alicerçadores somente por ter nascido quando o subúrbio também se erguia, apenas por ter um apelido que só se tornaria estranho quando um dia S. Geraldo mudasse de nome; de pé diante da janela aberta. Era essa a natureza de uma raça de homem.
E assim ele ficou, observando com aplicação Efigênia que na rua carregava uma cesta. A mulher parou e enquanto repousava passeou o olhar com ócio e certo desespero pelos arredores ensolarados: eram quase três horas e todas as portas começaram a se abrir ao mesmo tempo. Efigênia retomou a cesta. Para mais adiante interromper-se de novo e arrastar penosamente o fardo. Afinal ela estacou outra vez — mas Perseu era paciente. "Os animais", disse ele. A mulher retomou a cesta. "Se reproduzem com extraordinária profusão", disse Perseu. Decorar era bonito. Enquanto se decorava não se refletia, o vasto pensamento era o corpo existindo — sua concretização era luminosa: ele estava imóvel diante de uma janela. "Se alimentavam de microvegetais fundamentais, de inusórios etc."
Heróico e vazio o cidadão continuou de pé junto da janela aberta. Mas na verdade jamais poderia transmitir a alguém o modo pelo qual ele era harmonioso, e mesmo que falasse não diria uma palavra que cedesse a polidez de sua aparência: sua extrema harmonia era apenas evidente.
"Os animais pelágicos se reproduzem com profusão", disse com oca luminosidade. Cego e glorioso — era isso apenas o que se podia saber dele vendo-o à janela de um segundo andar. Mas se ninguém conseguiria sondar sua harmonia — também ele parecia não sentir mais do que ela. Porque este era o seu grau de luz. "Os animais e vegetais marinhos com profusão", disse sem ímpeto mas sem freio porque este era o seu grau de luz. Não importa que na luz ele fosse tão cego como os outros na escuridão. A diferença é que ele estava na luz. "Flutuantes", falou. Despercebido à janela porque ele era apenas um dos modos de ser S. Geraldo. E também um de seus alicerçadores somente por ter nascido quando o subúrbio também se erguia, apenas por ter um apelido que só se tornaria estranho quando um dia S. Geraldo mudasse de nome; de pé diante da janela aberta. Era essa a natureza de uma raça de homem.
E assim ele ficou, observando com aplicação Efigênia que na rua carregava uma cesta. A mulher parou e enquanto repousava passeou o olhar com ócio e certo desespero pelos arredores ensolarados: eram quase três horas e todas as portas começaram a se abrir ao mesmo tempo. Efigênia retomou a cesta. Para mais adiante interromper-se de novo e arrastar penosamente o fardo. Afinal ela estacou outra vez — mas Perseu era paciente. "Os animais", disse ele. A mulher retomou a cesta. "Se reproduzem com extraordinária profusão", disse Perseu. Decorar era bonito. Enquanto se decorava não se refletia, o vasto pensamento era o corpo existindo — sua concretização era luminosa: ele estava imóvel diante de uma janela. "Se alimentavam de microvegetais fundamentais, de inusórios etc."
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