A Paixão Segundo G.H. (trecho)
segunda-feira, junho 09, 2008 Por enquanto, hoje, eu vivia no silêncio daquilo que daí a três milênios, depois de erosado e de novo erguido, seria de novo escadas, guindastes, homens e construções. Eu estava vivendo a pré-história de um futuro. Como uma mulher que nunca teve filhos mas os terá daí a três milênios, eu já vivia hoje do petróleo que em três milênios ia jorrar.
Se ao menos eu tivesse entrado no quarto ao entardecer - hoje de noite ainda seria lua cheia, lembrei-me disso ao recordar a festa no terraço da noite anterior - eu veria a lua cheia nascer sobre o deserto.
“Ah, quero voltar para a minha casa”, pedi-me de súbito, pois a lua úmida me dera saudade de minha vida. Mas daquela plataforma eu não conseguia nenhum momento de escuridão e lua. Só o braseiro, só o vento errante. E para mim nenhum cantil de água, nenhuma vasilha de comida.
Mas quem sabe, menos de um ano depois, eu faria um achado tal como ninguém e eu mesma não teria ousado esperar. Um cálice de ouro?
Se ao menos eu tivesse entrado no quarto ao entardecer - hoje de noite ainda seria lua cheia, lembrei-me disso ao recordar a festa no terraço da noite anterior - eu veria a lua cheia nascer sobre o deserto.
“Ah, quero voltar para a minha casa”, pedi-me de súbito, pois a lua úmida me dera saudade de minha vida. Mas daquela plataforma eu não conseguia nenhum momento de escuridão e lua. Só o braseiro, só o vento errante. E para mim nenhum cantil de água, nenhuma vasilha de comida.
Mas quem sabe, menos de um ano depois, eu faria um achado tal como ninguém e eu mesma não teria ousado esperar. Um cálice de ouro?
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