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As Águas do Mundo

Às seis horas da manhã, a mulher entra no mar: este, o mais ininteligível das existências não humanas; ela, o mais ininteligível dos seres vivos.
Ela vai entrando, cumprindo uma coragem. Avançando, abre o mar pelo meio. Ela brinca com a água. Com a concha das mãos cheia de água, bebe em goles grandes. “E era isso o que lhe estava faltando: o mar por dentro como o líquido espesso de um homem.
Agora ela está toda igual a si mesma.”
Mergulha de novo, de novo bebe mais água. Como contra os costados de um navio, a água bate, volta, não recebe transmissões. Depois caminha na água e volta à praia. Agora, pisa na areia. “E sabe de algum modo obscuro que seus cabelos escorridos são de um náufrago. Porque sabe – sabe que fez um perigo. Um perigo tão antigo quanto o ser humano.”

Comentários

Anônimo disse…
na verdade não entendo,mas sinto!
Bárbara Oliveira disse…
Estive tentando entender Clarise, isso tudo surgiu graças a grande ideia de meu professor de literatura. Posso perceber que Clarice é indescritivel, como toda mulher, ela vive num mundo de ser ou não ser, incrivel, contagiante. Estive lendo o livro Felicidade Clandestina, lendo só por ler, para me sair bem na prova, apos alguns dias me surgiu uma curiosidade arrasadora de saber e conhecer um pouco mais sobre ela e realmente agora mais do que nunca estou facinada por Clarice.
Cristiane disse…
Pra ser sincera, a gente não tem que entender ou tentar decifrar o que Clarice disse quando escreveu seus textos e suas poesias. Cada uma sabe o que sente dentro de si, de acordo com suas experiências e vivências literárias e mundanas. Eu AMO Clarice por ela ser assim, indecifrável, mas compreensível!Caleidoscópica, eu diria!

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