O mar e a floresta são presenças constantes em seus textos. O murmúrio do Oceano Atlântico, que ela ouvia do terraço do seu apartamento, costumava acalentar suas insônias. E crônicas como “Um reino cheio de mistério” e “O ato gratuito” foram inspiradas em suas frequentes visitas ao Jardim Botânico.
Além de contemplar a natureza privilegiada do Rio de Janeiro, as crônicas cariocas de Clarice têm na vida cotidiana da cidade o ponto de partida para relatos, como os de empregadas domésticas ou de motoristas de táxi, que quase sempre se desdobram em considerações metafísicas. Um exemplo disso é a crônica de abertura, intitulada “Perdoando Deus”, que começa assim: “Eu ia andando pela Avenida Copacabana e olhava distraída edifícios, nesga de mar, pessoas, sem pensar em nada.” Com o título, a crônica trata de uma especulação tipicamente clariciana sobre a condição humana e sua relação com o divino.
Nessa coletânea de crônicas – terceira de uma coleção que reúne textos de Clarice selecionados por temas, com o objetivo de apresentar a faceta cronista de umas das maiores escritoras brasileiras às novas gerações –, o leitor conhecerá tanto o Rio pessoal e secreto da autora quanto o coletivo, numa mescla hábil do espírito carioca com seu modo único de ver o mundo. Apesar de sua experiência jornalística, Clarice consegue somar o campo ficcional ao campo jornalístico em temas que, mais tarde, seriam aprofundados em sua obra literária.
Mais informações: Editora Rocco.
Comentários
Beijos!
té mais!!
http://comamusicanoradio.blogspot.com/2011/02/selinho.html
Vc sabe me dizer se esse trecho de poema é de Clarice Lispector?
Esse trecho não é de Clarice. A mesma jamais escreveu poemas.
Att,
BCLispector
Eu amo este blog! Eu amo a Clarice!
Pedro Antônio
Abraços!